Penas brandas estimulam reincidência de furtos em Camobi, aponta delegado da Polícia Civil

Penas brandas estimulam reincidência de furtos em Camobi, aponta delegado da Polícia Civil

Foto: Rafael Menezes (Arquivo Diário)

Os furtos registrados em estabelecimentos e residências de Camobi, bairro da região leste de Santa Maria, têm se repetido nos últimos meses e preocupam moradores. A Polícia Civil aponta que boa parte dos crimes é praticada por um pequeno grupo de pessoas em situação de rua e usuárias de drogas. 

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O delegado Antonio Firmino de Freitas Neto, da 4ª Delegacia de Polícia, comentou o assunto em entrevista ao programa Bom Dia Cidade, da Rádio CDN, nesta quarta-feira (1º).

Segundo ele, apesar das prisões realizadas, a reincidência ocorre em função da dificuldade de manter os suspeitos presos.

– Existe uma cultura de que delitos sem violência ou grave ameaça são tratados de forma diferente. A gente prende de manhã e, dali a pouco, eles já estão soltos. São três homens e uma mulher, moradores de rua, que têm importunado a cidade, especialmente no bairro – afirmou.

Firmino relatou que os furtos envolvem desde bicicletas até fios, cabos e hidrômetros, geralmente trocados por drogas ou revendidos em recicladoras.

– Todos esses casos que ocorreram foram solucionados com identificação dos autores, prisões foram feitas, mas eles ficam pouco tempo detidos. Isso estimula a volta ao crime. Em agosto, por exemplo, tivemos 16 furtos qualificados. Fizemos prisões e os índices caíram. Mas, em setembro, com as solturas, voltamos a registrar aumento – explicou.

O delegado destacou ainda que parte do problema envolve a atuação de receptadores.

– Recentemente, prendemos donos de recicladoras em flagrante por receptação. Uma delas chegou a ser fechada, mas a verdade é que o ciclo se repete. Os furtos alimentam tanto as bocas de fumo quanto esses estabelecimentos. É um problema social grande, que se espalhou pelo Brasil e também está presente aqui – disse.


Ações e orientações

A Polícia Civil, em conjunto com a Brigada Militar, tem realizado ações de repressão. Conforme Firmino, há reuniões mensais dentro do programa RS Seguro para definir estratégias e pontos de atuação no bairro. Ele reforçou, no entanto, que o registro de ocorrências é fundamental para nortear as investigações.

– Eu tenho dito isso de forma respeitosa: não adianta só reclamar no rádio. É preciso registrar na Polícia Civil. Só assim a gente consegue direcionar ações mais cirúrgicas e efetivas – destacou.

O delegado também orientou os moradores a adotarem medidas de proteção.

– Lamentavelmente, a gente precisa recomendar alarmes, câmeras e sensores sonoros e luminosos. O bandido procura vítimas desatentas, quer facilidade. Quando encontra resistência, ele desvia. É claro que as pessoas têm direito de usufruir de seus bens em paz, mas, diante da realidade, é preciso reforçar os cuidados – aconselhou.

Firmino ainda lembrou que há um esforço para articular a questão com o município. Segundo ele, a Polícia Civil já informou à prefeitura a presença de pessoas em prédios abandonados e pediu providências.

– Comunicamos ao prefeito e à Secretaria de Desenvolvimento Social que esses imóveis precisam ter uso regular. Enquanto seguem abandonados, servem de abrigo para quem está praticando os furtos – concluiu.


Confira a entrevista completa

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